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Risco de tragédia no Sul já era conhecido em 2023

Uma semana antes das primeiras fatalidades decorrentes das chuvas no Rio Grande do Sul, o Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) emitiu um alerta indicando a possibilidade de alagamentos e inundações em áreas urbanas do estado.

O Cemadem, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ressaltou que há pelo menos um ano era conhecida a fragilidade da estrutura de Porto Alegre diante das mudanças climáticas.

Em uma nota técnica emitida no dia em que o governo federal reconheceu o estado de calamidade nos municípios gaúchos (segunda-feira, 6 de maio), o Cemadem destacou que a falta de preparo da capital para enfrentar os impactos das mudanças climáticas já havia sido identificada em 2023.

O governo do Rio Grande do Sul, ao ser questionado, detalhou uma série de medidas adotadas desde o ano passado, incluindo investimentos significativos para mitigar os efeitos de desastres naturais e o fortalecimento da Defesa Civil.

Desde 2023, a administração de Eduardo Leite destinou recursos substanciais para auxiliar famílias afetadas, municípios atingidos, serviços de saúde, educação, reconstrução de infraestrutura viária e ações emergenciais diante da situação atual.

Além disso, foram implementados programas sociais, linhas de crédito, cursos de capacitação e planos de ação para lidar com as mudanças climáticas, juntamente com iniciativas de construção de moradias populares e recuperação de áreas afetadas para promover uma agricultura sustentável.

Recentemente, foi revelado que o governo Leite modificou cerca de 480 normas do Código Ambiental do estado em seu primeiro ano de mandato, em 2019, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.

Nos últimos meses, o Rio Grande do Sul foi assolado por uma série de tempestades e inundações, resultando em um elevado número de mortes, desalojados e desabrigados, conforme dados da Defesa Civil.

Os primeiros óbitos relacionados às tempestades ocorreram em 29 de abril, após um veículo ser arrastado pela enxurrada, sendo que uma semana antes o Cemadem já havia emitido um boletim alertando sobre os riscos na região, classificando o perigo como moderado.

À medida que a situação se agravava, o Cemadem emitiu alertas sucessivos para os municípios, elevando o nível de risco e ampliando a área de alerta para incluir a maioria do território gaúcho.

Uma nota técnica emitida recentemente pelo Cemadem destacou que a tragédia que assola o estado já era previsível, visto que fenômenos similares foram observados no ano anterior, ressaltando a influência das atividades humanas no agravamento desses desastres.

O centro alertou também para o aumento do risco de desastres em áreas urbanas de outras cidades brasileiras, como Petrópolis (RJ) e Recife (PE), devido às mudanças climáticas em curso.

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