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A tecnologia nossa de cada dia e a preguiça mental

Por Carlos Alberto de Oliveira Freitas, brasileiro, bacharel em direito, especialista em direito criminal

Pensemos em uma cena, você pergunta o número do telefone celular de um amigo seu, este ao invés de lhe responder de imediato, pega o aparelho que está no bolso dele, abre a lista de meus contatos, consulta “meu número” para logo em seguida lhe passar o número dele.

Seria apenas cômico, mas esta modernidade, que prefiro denominar “preguiça mental”, pode cobrar um alto preço com o passar dos anos.

Nossos ancestrais, por exemplo, não tinham acesso a tablets, computadores, celulares, contudo, estudos, revelam que a memória deles eram 500 vezes melhor do que a nossa. Isto porque, a memória era uma questão de sobrevivência, ou seja, se uma planta fosse venenosa, seria importante para as pessoas do grupo que não morreram ao ingeri-la repassarem o conhecimento para os demais e o método usado era a linguagem, uma vez que ainda não havia a escrita.

Não estou aqui condenando o uso da tecnologia, pois esta é uma grande aliada, porém devemos refletir sobre seu uso, não a usando como uma “muleta”, mas como um complementar de uma vida saudável.

Hoje, a pressa, a má vontade ou a falta de organização, são fatores que contribuem para esta “preguiça mental”, e estes fatores, por sua vez, podem levar a pessoa ao esquecimento de compromissos importantes.

Quantas vezes deixamos de ler um bom livro, pelos fatores indicados acima (pressa, má vontade ou falta de organização), sendo que, o conhecimento é algo que ninguém pode retirar de nós (a não ser a morte).

Como disse acima, a “preguiça mental” pode cobrar um preço no futuro. Pensemos, por exemplo, no mal de Alzheimer, que é uma doença degenerativa (causa perda de neurônios), a qual afeta 10% da população de idosos com mais de 65 anos, reflexo do aumento da expectativa de vida no Brasil.

O ato de ler e exercitar a mente, além de nos propiciar conhecimento, o qual é uma chave para a libertação, contribui para que possa ocorrer o retardamento do Alzheimer. Quantos exemplos de pessoas idosas e lucidas, podemos verificar ao olharmos para a Academia Brasileira de Letras, podemos constatar pessoas com 60, 70 ou 80 anos, que, contudo, continuam produtivas intelectualmente.

Será que eles também olham o próprio número de seu celular, quando questionados para repassarem o número para outra pessoa?

Pensemos sobre como estamos usando a tecnologia. Servindo dela como uma muleta de sustentação ou a utilizando apenas como uma aliada para nos proporcionar mais comodidade na resolução dos problemas.

Baseado no livro: “Faça seu cérebro trabalhar para você” escrito por Renato Alves.                 

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